segunda-feira, 17 de outubro de 2011


   

 

como um selvagem na escuta
à espera da presa
oculto. inculto. cultuo
horas espreito
a palavra

no dissimulado gozo
da prostituta
na lavra secreta do esteta
no murmúrio contrito 
do sacerdote
a palavra 

no discurso pronto
daquele que não é poeta
inscrita no flanco de um tigre
no breu absoluto tateio
extraio do caos
da fenda na mata fechada
um nítido raio lunar
brilho em ponta de faca
a palavra não dita


ora sutil lâmina vertical
no olhar do felino
ora no ralo de esgoto
no fundo do poço
onde bruta a palavra vegeta


    

                             


igor k marques
03.07.06

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