para joana cabral
logo você
que se expôs
miragem nua
na letra escavada
no sedimento
na semente
que seu corpo pressente
na palavra não dita
na incisão do instrumento
no recorte da letra
que irrompe bruta
na fresta
na entrelinha
da superfície
da rocha
uma fenda
uma gruta
logo você
que se fez ausente
aqui ressurge
miragem crua
em cordas de aço
na letra e no traço
na memória
de um corpo
que se insinua
igor k marques
julho/1999
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