quinta-feira, 24 de novembro de 2011




como um aguirre de Herzog
me arrasto sobre terra virgem
claudico
atendo exausto
às instruções do diretor

and all of a sudden
de pernas para o ar
I’m trapped
hanging up side down
and down side up

em terra estrangeira
enclausurado
entre quatro muros
sem histeria
sem ais

o assédio
e as retaliações
stop it
urros e cantatas
calma violência
é apenas um set de filmagem
nada mais

espirros de sangue
suor morno
surdo humor
mucos e pigarros
esperma e espasmo

para gerar um poema

uma frase de cada vez
na cabeça o Tibre
o timbre e o ritmo da palavra
ainda lacrada
na ponta da língua
na polpa do fonema







Igor K. Marques

20.01.1993
& 05.04.1996





quarta-feira, 16 de novembro de 2011





mono . cromo .  mono
silk sheet on black skin
charcoal and steel
ice on the moon
red spot on the back of a mandrill

os faróis na curva revelam
longas marcas de pneus
sulcos concêntricos no vinil
abrigam o som e o silêncio
mercúrio
(som)
marte
(o silêncio)
mais próximos da lua negra
(round spot on the full moon)

fenda rubra na pele branca
exala o doce aroma da carne

nadando em círculos
um tubarão em águas tépidas
saliva palavras
deflagrando a fala voraz
da presa e do predador
do ouvinte e do interlocutor
que por breves instantes
confundem papéis
na noite do eclipse lunar



igor k marques
25.03.1997

quarta-feira, 2 de novembro de 2011




      
HONRA DE MICA
SANGUE DE BARATA
EUFORIA DE ESTANHO
TAPA NA CARA
FEELING DE ALPACA

INSIGHT DE MAHATMA
SAUDADE DE BASALTO
DOENÇA RARA
MÁGOA QUE MATA
SUSSURRO DE BAUXITA
BEIJO NO ASFALTO 
OURO DE BANHO
PRATA VIRA LATA
PRAGA DE XIITA

METÁFORA DE XIPÓFAGO
OU RETÓRICA DE PROFETA?
PALAVRA DE ANTROPÓFAGO
OU JIVE DE POETA?



igor k marques
mar/2006
nov/2011

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